PACIENTE COM HERPES LABIAL: SUSPENDER O ATENDIMENTO OU NÃO?

A sessão clínica do tratamento deve ser adiada se não constituir uma urgência ou emergência, pois – ao se manipular os tecidos moles durante procedimentos odontológicos – pode-se romper as vesículas e bolhas herpéticas, escorrendo o líquido para outras partes. Ao mesmo tempo, ocorrerá um aumento no risco de contaminação do profissional e pessoal auxiliar, além de instrumentos, sugadores, peças de mão, etc.

Na saliva de muitas pessoas saudáveis, mas portadoras, pode-se isolar o HVH, mas o número de vírus deve ser consideravelmente menor do que em um paciente com lesões ativas de herpes simples recorrente. Na saliva de pessoas assintomáticas, o HVH-1 foi encontrado com muito maior facilidade do que o HVH-217. Em outras palavras, no spray e perdigotos gerados durante o tratamento odontológico, o HVH pode atingir o profissional e pessoal auxiliar, especialmente nos olhos e na pele traumatizada ou lesada, considerando-se que os mesmos estão utilizando máscaras protetoras adequadas. Da mesma forma, os moldes e modelos poderão estar contaminados e transladando o vírus para outras pessoas em sua manipulação e análise.

O ideal seria retomar as sessões uma vez reparada a região afetada, mas há situações em que a intervenção do profissional se faz necessária, por vários motivos, mesmo com lesões herpéticas bucais. Nesse caso, deve-se tomar as medidas-padrão de assepsia, esterilização, desinfecção e antissepsia. O HVH sobrevive por algumas horas longe do organismo humano, mas para isso é necessária a presença de proteínas derivadas da saliva, sangue e outras secreções.

Além dos aspectos relacionados à biossegurança, o paciente com lesões herpéticas tem desconforto com dor e prurido na região, sangramento facial e ruptura vesicular durante as manipulações dos tecidos moles envolvidos, inevitáveis durante as manobras clínicas necessárias.

 

 

FONTE: I n s i g h t O r t o d ô n t i c o – Herpes simples recorrente na prática ortodôntica:devemos suspender o atendimento? Alberto Consolaro – Maria Fernanda M-O. Consolaro R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 14, n. 2, p. 16-24, mar./abr. 2009

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