ESTOU GRÁVIDA, POSSO IR AO DENTISTA?

O atendimento odontológico durante a gestação pode e deve ser realizado.

Atualmente o conhecimento científico comprova que qualquer tratamento odontológico pode ser realizado durante a gravidez.

A gestante deve informar na anamnese sobre sua história médica anterior e atual, para que se estabeleça um plano de tratamento odontológico seguro e individualizado para cada paciente.

Observa-se  o medo e apreensão quanto às extrações e ao Raio-X dentário nesse período, porém não procede, pois a partir do quinto mês as probabilidades de intercorrência são mínimas.

As mudanças fisiológicas que ocorrem durante a gravidez incluem transformações vão atuar sobre todo o organismo, inclusive sobre a cavidade bucal e na fisiologia oral. Ocorrem aumento da salivação, náuseas e enjôos, alterações sobre o periodonto, ganho de peso exagerado, hipotensão postural, aumento da urina, restrição da função respiratória, potencial de hipoglicemia, diminuição ou aumento dos batimentos cardíacos e síncopes.

Ao contrário do que se pensa, durante a gravidez deve-se visitar o dentista com mais frequência. O atendimento nessa fase envolve desde procedimentos como profilaxia (limpeza), aplicação de flúor (de acordo com as necessidades da futura mamãe) e remoção de irritações locais que possam estar agredindo a gengiva, até o aconselhamento preventivo para a saúde bucal da mãe e do bebê.

Existem três principais alterações geralmente associadas à gravidez: a gengivite gravídica, o tumor gravídico e a cárie dentária.

Clinicamente, a gengiva apresenta coloração avermelhada, edemaciada e com sangramento ao simples toque ou durante a escovação. Por isso, é necessário um controle adequado. Os cuidados principais são: limpeza diária dos dentes com escova e fio/fita dental!

A gengivite pode ser prevenida mediante a remoção do biofilme dentário por meio de uma boa higiene bucal, e profilaxia profissional mensal ou trimestral, dependendo da necessidade de cada paciente.

Ao estudar os motivos pelos quais ocorrem as alterações bucais nas gestantes, percebe-se que todas elas são passíveis de prevenção, o que é muito importante, pois a presença de doença periodontal em gestantes pode ter implicações na saúde do futuro bebê, devido à sua relação com a ocorrência de partos prematuros e bebês de baixo peso ao nascimento

Os hábitos alimentares inadequados e higiene bucal precária são fatores de risco para o surgimento da cárie dentária e doença periodontal.

As mudanças na dieta (introdução de mais carboidratos e/ou maior freqüência alimentar), as mudanças na higiene oral (desatenção e/ou dificuldades na escovação devido a ânsias de vômito) e ainda a maior ocorrência de vômitos, podem desequilibrar o meio bucal e aumentar o risco nas gestantes de desenvolver cáries. Esse desequilíbrio do meio bucal, se não for acompanhado de cuidados especiais, pode causar uma descalcificação da estrutura dental, que leva à cárie.

Há um aumento do risco de cárie em função da placa bacteriana e, não, da gravidez. Se houver um controle efetivo dessa película de bactérias que gruda nos dentes, não haverá cáries!

O conhecimento científico atual demonstra que o período ideal e mais seguro para o tratamento odontológico é durante o segundo trimestre da gestação. Porém, qualquer tratamento odontológico pode ser realizado durante a gestação.

 

FONTE: Revista de Iniciação Científica da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 4, n. 1, 2014, p. 11-23

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